quinta-feira, 28 de junho de 2012

INCA diz que não pode ficar sem terceirizados.

Autor(es): Agência O Globo: O Globo - 22/06/2012
Fim de parceria com fundação, como determina a Justiça, pode suspender serviços do Instituto.O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) informou ontem, por meio de nota, que, se todos os funcionários terceirizados forem demitidos como determina uma liminar da Justiça, o hospital "corre o risco de ter parte de suas atividades prejudicadas e até suspensas". A Justiça Federal determinou em junho, numa ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, a substituição de 781 vagas de contratados pela Fundação Ary Frauzino por candidatos aprovados em concurso.A nota afirma ainda que todas as vagas existentes e aprovadas pelo Ministério de Planejamento para o último concurso, realizado em 2010, já foram preenchidas. O instituto alega ainda que um estudo de dimensionamento de pessoal feito em abril mostrou que há um déficit de 747 profissionais.No texto, o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, informa ainda que "a manutenção do contrato de terceirização (com a Fundação Ary Frauzino) foi autorizada pelo Tribunal de Contas da União e não existe concurso planejado para as vagas atualmente ocupadas por esses funcionários". A nota ressalta ainda que "o término da parceria com a fundação pode levar o Inca, considerado hoje o principal centro público de excelência em câncer do país, para o grupo das instituições que são disfuncionais e frágeis". Atualmente, o hospital pede que seja feito um concurso para preencher 350 vagas geradas por aposentadorias e exonerações de servidores.

sábado, 16 de junho de 2012

Michelangelo Merisi da CARAVAGGIO

Enigmática, fascinente, perigoso, incasável, orgulhoso, teimoso e polêmico. Estas eram as qualidades deste brilhante pintor Italiano, nascido na Lombardia ( 28 de setembro de 1571 ), que notabilizou-se pelo seu estilo barroco refinado de se expressar. Atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília entre 1593 e 1610, adotou o nome Caravaggio em homenangem a pequena aldeia natal de sua família.






Após vários anos de trabalho, Caravaggio andou de cidade em cidade realizando vários trabalhos para barões, condes e duques. Contudo, era pessoa de temperamento difícil, o que quase sempre resultava em brigas e duelos, tornando-o pessoa de difícil convívio.

Excluindo seus princípios, que eram muitos, Caravaggio focava sua arte em temas religiosos. No entanto, até aí sua personalidade forte se fazia presente, pois foram várias as vezes em que suas pinturas feriram as susceptibilidades dos seus clientes. Em seus quadros, ao invés de belas figuras etéreas e delicadas, para representarem acontecimentos e personagem da Bíblia, ele sempre dava preferência por escolher entre o povo, modêlos humanos tais como; prostitutas, crianças de rua e mendigos, que posavam como personagens para suas belissimas obras.


Em a "Flagelação de Cristo" compôs uma coreografia com contrastes de claro-escuro, onde Cristo se apresentava em tal estado de abandono, conseguindo atingir a composição de uma beleza carismática. Já em "São João Batista", demonstrava um jovem de olhar provocador. Aliás, historiadores afirmam de forma categórica, se tratar de um de seus amantes.

Caravaggio sempre procurou demonstrar a realidade palpável e concreta da representação. Utilizou-se de figuras humanas, sem qualquer receio de representar a feiura, a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distingue as suas obras. Tudo isto chocou profundamente a sociedade italiana da época, por conta do excesso de nudez e sensualidade. Deste efeito, originou o "Tenebrismo", onde os tons terrosos contrastavam com os fortes pontos de luz.




Durante sua vida, Caravaggio era considerado enigmático, fascinante e perigoso. Nascido no Ducado de Milão, onde seu pai, Fermo Merisi, era administrador e arquiteto-decorador do marquês de Caravaggio, Michelangelo Merisi surgiu na cena artística romana em 1600 e, desde então, nunca lhe faltaram comissões ou patronos.

Porém ele lidou com seu sucesso de maneira atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele, em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: "após uma quinzena de trabalho, ele irá vagar por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo o seguindo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em alguma luta ou discussão, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo." (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601)

Considerado um farrista inconseqüente, ele vivia com problemas com a polícia, sem dinheiro e buscava brigas nos pulgueiros da cidade. Em 1606, matou um jovem durante uma briga e foge de Roma, com a cabeça a prêmio. Passou por Nápoles, depois por Malta e pela Sicília, onde pintou telas de lirismo transfigurado, como: A ressurreição de Lázaro (Messina), na qual, sob o pavor de um imenso espaço vazio, um raio de luz rasante parece imobilizar o drama sagrado.

Em Malta (1608) envolveu-se em outra briga, e mais outra em Nápoles (1609), possivelmente um atentado premeditado contra a sua vida devido suas ações, por inimigos nunca identificados. No ano seguinte, após uma carreira de pouco mais do que uma década, Caravaggio estava morto, aos 38 anos.

Caravaggio tomava emprestada a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para retratar Maria e os apóstolos. A sua inspiração estava entre comerciantes, prostitutas, marinheiros, todo o tipo de pessoas que não eram de nobre estirpe e que tivessem grande expressão, como as suas obras retratam. Talvez tenha sido um dos primeiros artistas a saber conciliar a arte com o mitológico "ministério de Jesus", que, segundo a lenda, aconteceu exatamente entre pescadores, lavradores e prostitutas.[1]

O artista levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta fisgada morta do rio Tibre para pintar A Morte da Virgem. Esta foi uma das duas mais importantes características das suas pinturas: retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum das ruas de Roma.

A outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros, ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro, e agrupar a cena em primeiro plano com focos intenso de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. Este uso de sombra e luz é marcante em seus quadros e atrai o observador para dentro da cena - como fica bem demonstrado em A Ceia em casa de Emmaus. Os efeitos de iluminação que Caravaggio criou receberam um nome específico: tenebrismo. Na obra "David com a cabeça de Golias", uma cabeça decapitada, onde ele mesmo é o Golias, um sanguinário grotesco, um monstro. Na decapitação de João Batista, o mal era representado por outra pessoa. Aqui, é Caravaggio quem personifica a maldade. Na espada de David, foi escrito "Humilitas Occedit Superbiam" (A Humildade Conquista o Mundo). Uma batalha que tem sido travada dentro da cabeça de Caravaggio, entre os dois lados opostos do pintor retratado nesta fascinante obra.

Caravaggio reagiu às convenções do maneirismo e opôs a elas uma pintura natural, direta, e até mesmo brutal, que pela sua franqueza renovou a natureza morta (Cesta de frutas - 1596), e as cenas profanas (Baco, 1593-1594), bem como os temas religiosos (Descanso durante fuga para o Egito, 1594-1596). Os contrastes de forma e luz sublinham formas maciças que, na maior parte de suas obras, emergem vigorosamente de um fundo negro.






No fim do Renascimento, os grandes mestres caminhavam para uma visão mais obscura e realista das escrituras sagradas, como se vê principalmente em A Conversão de São Paulo e no Martírio de São Pedro - afrescos de Michelangelo Buonarroti, realizados na Cappella Paolina, no Palácio Vaticano. Caravaggio pintou versões próprias desses temas - A conversão de São Paulo, a caminho de Damasco e Crucificação de São Pedro - que ilustram bem como foi capaz de igualar, senão de superar seus mestres.

Nome completo Michelangelo Merisi (da Caravaggio)
Nascimento 28 de Setembro de 1571 Lombardia, Itália
Morte 18 de julho de 1610 (38 anos) Porto Ercole, comuna de Monte Argentario, Itália
Nacionalidade Italiana
Ocupação Pintor
Principais trabalhos A deposição de Cristo (1602)
Movimento estético Barroco

terça-feira, 5 de junho de 2012

O LIVRE ARBÍTRIO

Umas das discussões mais proeminentes, é
quanto ao livre arbítrio, pois, conhece-se, normalmente, que os seres do planeta
terra podem ser divididos em racionais e irracionais, no primeiro caso, por
acreditar-se que eles raciocinam, pensam e, no segundo, porque são levados pelo
instinto por excelência, pode-se dizer são programados, agem por
condicionamentos de quaisquer tipos. Quanto à questão dos seres irracionais,
verifica-se que a psicologia, tem um acervo muito grande de pesquisas e
trabalhos sobre o assunto, decorrente de investigações e experimentos que são
feitos, com objetivo de saber como vivem os animais, suas decisões e seu modo de
agir, dentro da liberdade que todos têm no planeta, não somente consciente, mas,
também inconscientemente, tal como acontece com todos os habitantes da esfera
universal.
Assim, seres racionais e irracionais, heis uma
questão importante para se analisar, calmamente. Observa-se que irracionais são
aqueles que aparentemente não raciocinam, agem por instintos, por
condicionamentos de quaisquer modalidades, são praticamente seres robotizados,
ou programados. Como por exemplo, sobre esses seres irracionais, têm-se os
animais, tais como, cavalo, jegue, galinhas, leões, elefantes, porcos e muitos e
muitos outros, ou todos que existem no planeta, pois, os homens pensam que esses
tipos de animais não pensam e somente agem pelo instinto. De propósito, será que
somente esses tipos de animais agem desta forma, ou será que existem outros
tipos que também agem do mesmo modo que aqueles que aparentemente não pensam,
não raciocinam e não têm o poder de decisão, tal como o homem?
Já quanto aos irracionais, a coisa é
extremamente ao contrário, porque espera-se que esses seres não pensem, não
raciocinem, não tenham o poder de decisão, assim sendo, existe, o predominante
que é o determinismo, isto significa dizer, faz-se o que alguém manda, insinua,
pois a sua prática é quase de imitação sempre inconsciente. Por hipótese, o ser
racional deve agir com a consciência, neste sentido, são importantes as palavras
de Victor HUGO (1815-1830), quando disse que la conciencia es la columna
vertebral del alma; mientras la conciencia es recta se sostiene en pie; yo no
tengo más que esa fuerza, pero basta . Será que os seres humanos agem de acordo
com sua consciência, trilhando pelo caminho do bem, ou buscam o instinto, sempre
quando as decisões são rápidas e necessárias?
Em resposta, o homem tem uma característica
que lhe é peculiar e que o distingue dos animais, que muitos chamam de
irracionais, isto é, a inteligência, o poder de distinguir o bem e o mal, o que
é bom e o que é ruim, o certo e o errado. Os animais não homens, não possuem
este poder e agem pelo instinto, pelo aprendizado condicionante, isto é, tem que
receber a fixação mental, para saber que uma coisa não é boa, é o efeito
condicionado. Quanto aos instintos, nos relata BIRAN (1952): depende de nós o
consentir ou não consentir no desejo, mas não depende de nós senti-lo, ou não .
Aí está o instinto, que muitas das vezes é acompanhado pelo determinismo de
fazer algo, pois, cabe à razão amenizar esses instintos, e transformá-los no uso
do livre arbítrio.
Por falar em livre arbítrio, pode-se logo
iniciar por seu conceito, tão fácil de compreender e muito difícil de pô-lo em
prática, ou torná-lo uso constante no dia a dia do ser racional. Ao tentar
conceituá-lo com muita propriedade, pode-se buscar em LAHR (1956), o seu
conceito, quando disse que
o livre arbítrio não é faculdade distinta, mas
atributo da vontade. É o poder que tem a vontade de se determinar por si mesma,
por sua própria escolha a uma coisa, ou a outra, a agir ou não agir, sem ser
constrangida a isso, por força alguma externa, ou interna .
Nesta acepção, observa-se uma pequena confusão
de LAHR entre o livre arbítrio com a livre individualidade, visto que o livre
arbítrio é consciência, é sabedoria, é escolha certa; todavia, a livre
individualidade é a aptidão que cada um possui para agir em qualquer
circunstância.
Contudo, a liberdade é um ponto fundamental na
vida de um homem, é isto que muitas pessoas não conseguem compreender com
facilidade, tendo em vista a condição em que está a mente daquele que não tem
condições, pelo menos de controlar as dificuldades da vida. Com relação a esta
liberdade, que é uma condição de uso do livre arbítrio, explica JOLIVET (1953)
que ele é
o poder que possui a vontade de se determinar
a si mesma e, por si mesma, a agir ou não agir, sem ser a isto coagida por
nenhuma força, nem exterior, nem interior .
Este é o conceito de libertação consciente, de
livre arbítrio, e de conhecer-se a si mesmo, pois, este é o ponto de partida
para um bem viver consigo próprio e com a sociedade, que exige a libertação de
todos, porque ela própria quer se libertar, isto exige esforço e aprendizado nas
vidas sucessivas.
O livre arbítrio, ou liberdade consciente de
ouvir, compreender e falar, isto é, decidir, passa pelo controle da mente e, por
conseqüência, dos atos em que o ser humano está envolvido. Pensando desta forma,
é importante mencionar as explicações de F. M. B. (1994) quando diz que
controlar nuestros pensamientos y reacciones
es una tarea diaria ante la que no podemos darnos descanso, pero es algo que nos
reporta tal satisfacción interna que merece la pena intentarlo a cada instante,
pues nos permite descubrirnos tal y como somos e intervenir directamente y de
forma conciente en el desarrollo de nuestra personalidad y evolución espiritual
.
Dentro desta filosofia, o gerenciar a mente de
modo natural e simples, sem atrapalhar a evolução espiritual do homem é um
começo para que o livre arbítrio seja implantado de modo claro e acumulador de
conhecimentos para uma libertação de toda materialidade que ainda exista no
ser.
Para a filosofia dos espíritos, KARDEC (1857)
reservou as perguntas de 835 a 859 do "Livro dos Espíritos" para ter informações
sobre a liberdade de consciência e livre arbítrio; pois, elas foram suficientes
para compreender do ponto de vista espiritual, o que é livre arbítrio, e todo
seu entrelaçamento com a realidade cósmica. De repente, deve-se deixar claro que
existe uma diferença entre liberdade pessoal e livre arbítrio, pois, o primeiro
conduz ao segundo, aquele é a liberdade de agir, enquanto que este é a liberdade
de agir conscientemente em todos os seus atos. Assim, todas as inter relações em
que se acha submetido o homem, condicionam o seu progresso espiritual e,
conseqüentemente, o livre arbítrio participa deste processo de trabalho da
humanidade, de maneira persistente e permanente.
Já em EMMANUEL (1940), presencia-se a questão
sobre livre arbítrio e liberdade nas inquirições de números 131 a 138, do livro
"O Consolador", em sua parte sobre a experiência. Então, quanto ao determinismo
e ao livre arbítrio que também fazem parte do processo de libertação do homem,
explica EMMANUEL que
o primeiro é absoluto nas mais baixas camadas
evolutivas e o segundo aplica-se com os valores da educação e da experiência.
Acresce observar que sobre ambos pairam as determinações divinas, baseadas na
lei do amor sagrada e única, da qual a profecia foi sempre o mais eloqüente
testemunho .
Assim, as pessoas nascidas na ignorância, o
livre arbítrio é quase nada, perdura o instinto e o determinismo do receber e
agir condicionado; entretanto, o livre arbítrio começa a se elastecer com a
educação, o aprendizado intermitente, e a experiência de vida.
Mais uma colocação importante, com grande
valia para o aprendizado de todos que ainda não entendem os seus limites, pois,
tem-se a preocupação de ANDRADE (1993), quando coloca que
os actos de uma criatura não estão
antecipadamente determinados; suas acções boas ou más, em relação às Leis
Morais, não decorrem do destino, mas de sua livre vontade de proceder, desta ou
daquela forma, cedendo ou resistindo, conforme seu próprio posicionamento
evolutivo, diante das provas ou expiações a que, por seu livre arbítrio, ou por
necessidade, houvera de enfrentar, na nova vida que Deus proporcionou, pela
bênção da reencarnatória .
Daí, verifica-se que o acaso não existe, e a
fatalidade não é própria do ser humano, pelo princípio da liberdade e do livre
arbítrio; entretanto, o homem é um ser racional, por princípio e necessita de
fazer jus a sua condição de ser pensante.
E a discussão continua e continuará por longo
tempo, tentando entender os termos livre arbítrio, liberdade pessoal,
determinismo, consciência, e alguns outros conceitos que devem ser conhecidos e
bem compreendidos para uma evolução da humanidade. No entanto, o mais importante
não é somente conhecer os termos e o processo do mundo espiritual, mas, a
compreensão do bom evoluir, a prática do bem e o conduzir a paz àqueles que
estão necessitando, com muita urgência, para entenderem os passos seguintes em
sua trajetória. Com isto, não se quer dizer que a compreensão sobre estes termos
não é importante, no entanto, a experiência com os outros seres humanos, a
mentalização constante com as coisas boas, com a criação divinal e com a
vibração de mundos mais evoluídos é salutar para uma vida de paz e
felicidade.
Em resumo, foram vistas algumas explicações
sobre livre arbítrio, determinismo, liberdade pessoal, e consciência que tem o
objetivo de clarear um pouco estes conceitos e mostrar algumas visões, ou
posições que merecem destaque na conjuntura dos ensinamentos dos diversos credos
sobre estes termos. É apenas uma provocação para que se medite um pouco sobre
estas palavras, tendo em vista que as confusões do mundo são tantas que deixam
as pessoas céticas, e até vendados os olhos espertos para um futuro promissor.
Com estes ensinamentos, deverá deixar o ser humano mais pensativo em suas ações,
e em cada minuto de sua insensatez, pensará duas vezes quanto ao agir,
procurando sempre avaliar se aquele ato vai melhorar, ou piorar, a sua situação,
e a dos outros, que precisam também do processo de evolução, e todos contribuem
para o progresso geral da humanidade, e dos mundos.