terça-feira, 5 de junho de 2012

O LIVRE ARBÍTRIO

Umas das discussões mais proeminentes, é
quanto ao livre arbítrio, pois, conhece-se, normalmente, que os seres do planeta
terra podem ser divididos em racionais e irracionais, no primeiro caso, por
acreditar-se que eles raciocinam, pensam e, no segundo, porque são levados pelo
instinto por excelência, pode-se dizer são programados, agem por
condicionamentos de quaisquer tipos. Quanto à questão dos seres irracionais,
verifica-se que a psicologia, tem um acervo muito grande de pesquisas e
trabalhos sobre o assunto, decorrente de investigações e experimentos que são
feitos, com objetivo de saber como vivem os animais, suas decisões e seu modo de
agir, dentro da liberdade que todos têm no planeta, não somente consciente, mas,
também inconscientemente, tal como acontece com todos os habitantes da esfera
universal.
Assim, seres racionais e irracionais, heis uma
questão importante para se analisar, calmamente. Observa-se que irracionais são
aqueles que aparentemente não raciocinam, agem por instintos, por
condicionamentos de quaisquer modalidades, são praticamente seres robotizados,
ou programados. Como por exemplo, sobre esses seres irracionais, têm-se os
animais, tais como, cavalo, jegue, galinhas, leões, elefantes, porcos e muitos e
muitos outros, ou todos que existem no planeta, pois, os homens pensam que esses
tipos de animais não pensam e somente agem pelo instinto. De propósito, será que
somente esses tipos de animais agem desta forma, ou será que existem outros
tipos que também agem do mesmo modo que aqueles que aparentemente não pensam,
não raciocinam e não têm o poder de decisão, tal como o homem?
Já quanto aos irracionais, a coisa é
extremamente ao contrário, porque espera-se que esses seres não pensem, não
raciocinem, não tenham o poder de decisão, assim sendo, existe, o predominante
que é o determinismo, isto significa dizer, faz-se o que alguém manda, insinua,
pois a sua prática é quase de imitação sempre inconsciente. Por hipótese, o ser
racional deve agir com a consciência, neste sentido, são importantes as palavras
de Victor HUGO (1815-1830), quando disse que la conciencia es la columna
vertebral del alma; mientras la conciencia es recta se sostiene en pie; yo no
tengo más que esa fuerza, pero basta . Será que os seres humanos agem de acordo
com sua consciência, trilhando pelo caminho do bem, ou buscam o instinto, sempre
quando as decisões são rápidas e necessárias?
Em resposta, o homem tem uma característica
que lhe é peculiar e que o distingue dos animais, que muitos chamam de
irracionais, isto é, a inteligência, o poder de distinguir o bem e o mal, o que
é bom e o que é ruim, o certo e o errado. Os animais não homens, não possuem
este poder e agem pelo instinto, pelo aprendizado condicionante, isto é, tem que
receber a fixação mental, para saber que uma coisa não é boa, é o efeito
condicionado. Quanto aos instintos, nos relata BIRAN (1952): depende de nós o
consentir ou não consentir no desejo, mas não depende de nós senti-lo, ou não .
Aí está o instinto, que muitas das vezes é acompanhado pelo determinismo de
fazer algo, pois, cabe à razão amenizar esses instintos, e transformá-los no uso
do livre arbítrio.
Por falar em livre arbítrio, pode-se logo
iniciar por seu conceito, tão fácil de compreender e muito difícil de pô-lo em
prática, ou torná-lo uso constante no dia a dia do ser racional. Ao tentar
conceituá-lo com muita propriedade, pode-se buscar em LAHR (1956), o seu
conceito, quando disse que
o livre arbítrio não é faculdade distinta, mas
atributo da vontade. É o poder que tem a vontade de se determinar por si mesma,
por sua própria escolha a uma coisa, ou a outra, a agir ou não agir, sem ser
constrangida a isso, por força alguma externa, ou interna .
Nesta acepção, observa-se uma pequena confusão
de LAHR entre o livre arbítrio com a livre individualidade, visto que o livre
arbítrio é consciência, é sabedoria, é escolha certa; todavia, a livre
individualidade é a aptidão que cada um possui para agir em qualquer
circunstância.
Contudo, a liberdade é um ponto fundamental na
vida de um homem, é isto que muitas pessoas não conseguem compreender com
facilidade, tendo em vista a condição em que está a mente daquele que não tem
condições, pelo menos de controlar as dificuldades da vida. Com relação a esta
liberdade, que é uma condição de uso do livre arbítrio, explica JOLIVET (1953)
que ele é
o poder que possui a vontade de se determinar
a si mesma e, por si mesma, a agir ou não agir, sem ser a isto coagida por
nenhuma força, nem exterior, nem interior .
Este é o conceito de libertação consciente, de
livre arbítrio, e de conhecer-se a si mesmo, pois, este é o ponto de partida
para um bem viver consigo próprio e com a sociedade, que exige a libertação de
todos, porque ela própria quer se libertar, isto exige esforço e aprendizado nas
vidas sucessivas.
O livre arbítrio, ou liberdade consciente de
ouvir, compreender e falar, isto é, decidir, passa pelo controle da mente e, por
conseqüência, dos atos em que o ser humano está envolvido. Pensando desta forma,
é importante mencionar as explicações de F. M. B. (1994) quando diz que
controlar nuestros pensamientos y reacciones
es una tarea diaria ante la que no podemos darnos descanso, pero es algo que nos
reporta tal satisfacción interna que merece la pena intentarlo a cada instante,
pues nos permite descubrirnos tal y como somos e intervenir directamente y de
forma conciente en el desarrollo de nuestra personalidad y evolución espiritual
.
Dentro desta filosofia, o gerenciar a mente de
modo natural e simples, sem atrapalhar a evolução espiritual do homem é um
começo para que o livre arbítrio seja implantado de modo claro e acumulador de
conhecimentos para uma libertação de toda materialidade que ainda exista no
ser.
Para a filosofia dos espíritos, KARDEC (1857)
reservou as perguntas de 835 a 859 do "Livro dos Espíritos" para ter informações
sobre a liberdade de consciência e livre arbítrio; pois, elas foram suficientes
para compreender do ponto de vista espiritual, o que é livre arbítrio, e todo
seu entrelaçamento com a realidade cósmica. De repente, deve-se deixar claro que
existe uma diferença entre liberdade pessoal e livre arbítrio, pois, o primeiro
conduz ao segundo, aquele é a liberdade de agir, enquanto que este é a liberdade
de agir conscientemente em todos os seus atos. Assim, todas as inter relações em
que se acha submetido o homem, condicionam o seu progresso espiritual e,
conseqüentemente, o livre arbítrio participa deste processo de trabalho da
humanidade, de maneira persistente e permanente.
Já em EMMANUEL (1940), presencia-se a questão
sobre livre arbítrio e liberdade nas inquirições de números 131 a 138, do livro
"O Consolador", em sua parte sobre a experiência. Então, quanto ao determinismo
e ao livre arbítrio que também fazem parte do processo de libertação do homem,
explica EMMANUEL que
o primeiro é absoluto nas mais baixas camadas
evolutivas e o segundo aplica-se com os valores da educação e da experiência.
Acresce observar que sobre ambos pairam as determinações divinas, baseadas na
lei do amor sagrada e única, da qual a profecia foi sempre o mais eloqüente
testemunho .
Assim, as pessoas nascidas na ignorância, o
livre arbítrio é quase nada, perdura o instinto e o determinismo do receber e
agir condicionado; entretanto, o livre arbítrio começa a se elastecer com a
educação, o aprendizado intermitente, e a experiência de vida.
Mais uma colocação importante, com grande
valia para o aprendizado de todos que ainda não entendem os seus limites, pois,
tem-se a preocupação de ANDRADE (1993), quando coloca que
os actos de uma criatura não estão
antecipadamente determinados; suas acções boas ou más, em relação às Leis
Morais, não decorrem do destino, mas de sua livre vontade de proceder, desta ou
daquela forma, cedendo ou resistindo, conforme seu próprio posicionamento
evolutivo, diante das provas ou expiações a que, por seu livre arbítrio, ou por
necessidade, houvera de enfrentar, na nova vida que Deus proporcionou, pela
bênção da reencarnatória .
Daí, verifica-se que o acaso não existe, e a
fatalidade não é própria do ser humano, pelo princípio da liberdade e do livre
arbítrio; entretanto, o homem é um ser racional, por princípio e necessita de
fazer jus a sua condição de ser pensante.
E a discussão continua e continuará por longo
tempo, tentando entender os termos livre arbítrio, liberdade pessoal,
determinismo, consciência, e alguns outros conceitos que devem ser conhecidos e
bem compreendidos para uma evolução da humanidade. No entanto, o mais importante
não é somente conhecer os termos e o processo do mundo espiritual, mas, a
compreensão do bom evoluir, a prática do bem e o conduzir a paz àqueles que
estão necessitando, com muita urgência, para entenderem os passos seguintes em
sua trajetória. Com isto, não se quer dizer que a compreensão sobre estes termos
não é importante, no entanto, a experiência com os outros seres humanos, a
mentalização constante com as coisas boas, com a criação divinal e com a
vibração de mundos mais evoluídos é salutar para uma vida de paz e
felicidade.
Em resumo, foram vistas algumas explicações
sobre livre arbítrio, determinismo, liberdade pessoal, e consciência que tem o
objetivo de clarear um pouco estes conceitos e mostrar algumas visões, ou
posições que merecem destaque na conjuntura dos ensinamentos dos diversos credos
sobre estes termos. É apenas uma provocação para que se medite um pouco sobre
estas palavras, tendo em vista que as confusões do mundo são tantas que deixam
as pessoas céticas, e até vendados os olhos espertos para um futuro promissor.
Com estes ensinamentos, deverá deixar o ser humano mais pensativo em suas ações,
e em cada minuto de sua insensatez, pensará duas vezes quanto ao agir,
procurando sempre avaliar se aquele ato vai melhorar, ou piorar, a sua situação,
e a dos outros, que precisam também do processo de evolução, e todos contribuem
para o progresso geral da humanidade, e dos mundos.

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